
Williams Tavares
18 de jul. de 2024
O Envelhecimento e suas conseguências na economia.
"O processo de envelhecimento populacional ocorre de forma natural, mas com etapas diferentes e que levam tempo. Envelhecer não é algo tão simples, pois envolve:
melhoria na qualidade de vida;
previdência;
aposentadoria;
plano de saúde, entre outros.
Tais fatores fazem com que o ato de envelhecer seja uma preocupação social, perpassando todos os setores de políticas públicas."
Os gestores da área da saúde devem pensar em estratégias e locais próprios para a população de idade avançada. Doenças crônicas, como as cardiovasculares e diabetes, e/ou deficiências que aparecem em virtude da faixa etária devem ser tratadas em ambientes especializados.
Além da saúde, há a questão previdenciária. Muitos países adotam o sistema de aposentadoria para quem atinge o status de idoso, que é algo extremamente importante para pessoas nessa fase da vida. No entanto, a aposentadoria gera gastos inevitáveis para o poder público com pagamentos de pensionistas e aposentados, o que preocupa as lideranças governamentais.
Nas cidades, o planejamento urbano também deve levar em consideração essa faixa populacional. Ruas e calçadas acessíveis, sinaleiros com maior tempo de travessia para pedestres são algumas soluções urbanas necessárias.
O aumento da população de 65 anos ou mais em conjunto com a diminuição da parcela da população de até 14 anos no mesmo período, que passou de 24,1% para 19,8%, evidenciam o franco envelhecimento da população brasileira.
“Ao longo do tempo a base da pirâmide etária foi se estreitando devido à redução da fecundidade e dos nascimentos no Brasil. Essa mudança no formato da pirâmide etária passa a ser visível a partir dos anos 1990 e a pirâmide etária do Brasil perde, claramente, seu formato piramidal a partir de 2000. O que se observa ao longo dos anos é a redução da população jovem, com aumento da população em idade adulta e também do topo da pirâmide até 2022”, analisa a gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Izabel Marri.
Em 1980, o Brasil tinha 4,0% da população com 65 anos ou mais de idade. Os 10,9% alcançados em 2022 por essa parcela da população representa o maior percentual encontrado nos Censos Demográficos. No outro extremo da pirâmide etária, o percentual de crianças de até 14 anos de idade, que era de 38,2% em 1980, passou a 19,8% em 2022. “Quando falamos de envelhecimento populacional, é exatamente a redução da proporção da população mais jovem em detrimento do aumento da população mais velha”, destaca.
Ainda avaliando as proporções desses grupos etários específicos, agora para grandes regiões, a região Norte é a mais jovem do país, com 25,2% de sua população com até 14 anos, seguida pelo Nordeste, com 21,1%. As regiões Sudeste e Sul apresentam estruturas mais envelhecidas, com 18% e 18,2% de jovens de 0 a 14 anos, e as maiores proporções de idosos com 65 anos e mais (12,2% e 12,1%, respectivamente). O Centro-Oeste possui uma estrutura intermediária, com distribuição etária próxima da média do país.
“Podemos perceber que a queda da fecundidade ocorreu primeiramente no Sudeste e no Sul do Brasil, o que as faz as regiões mais envelhecidas, com menor proporção de jovens. A região Norte, embora também tenha registrado uma redução da fecundidade ao longo dos últimos anos em todos os estratos, ainda se mantém a região proporcionalmente mais jovem. Também é na região Norte que observamos a menor proporção de pessoas adultas e idosas em relação às outras regiões”, pontua a gerente.